Cada vez mais me interesso pelos trabalhos construídos lentamente, pelo artesanal, pelo tempo do fazer, pelo ir e vir entre uma técnica e outra. Nasci e cresci em Vitória, cidade/ilha onde sempre encontro e confronto o mar, onde seu azul e verdes intensos transbordam em meu trabalho, onde minhas memórias de infância são ressignificadas. Esta série Transbordar foi resultado da experiência do isolamento, das incertezas, medos e saudades que a pandemia reforçou. Este mar que sempre esteve em meus olhos, não se conteve em mim, se espalhou em várias direções, que impetuosamente, ultrapassou o limite das margens e se derramou.