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O Espírito do Olhar
Gilbert Chaudanne
Há quem faça distinção entre a arte sacra e a arte profana, mas referindo-as ao pintor Gilbert Chaudanne não existe esta dicotomia. Se o expressionismo pode ser entendido como uma tendência a deformar ou a exagerar a realidade por meios que expressam o sentimento e a percepção de maneira intensa e direta, bem como a manifestação artística em que o conteúdo emocional e as relações subjetivas sejam capazes de exercer forte domínio sobre o convencionalismo e a razão, a pintura de Chaudanne é a poesia que se dá no encontro da verdade e do belo, não como um resultado...

A técnica em Chaudanne é a experiência do fenômeno, aquilo que surge no momento do des-velar e, ao mesmo tempo, no re-velar. Sua obra é o resultado de suas andanças pelo mundo, bem como de suas influências, tanto da pesquisa quanto do vivido. Daí a presença do expressionismo europeu, do sagrado indiano, do barroco e do modernismo brasileiro em sua obra.
Em seu livro “Les Chants de Marie-Ganja”, nos doze textos poemas que falam de doze lugares de vários países, como Índia, Brasil, França e Colômbia, Chaudanne utiliza a expressão “espírito do lugar” como algo que é da ordem do imponderável, do que não se pode definir, assim como Deus e a Mulher. Algo que existe mais do que qualquer coisa como “marca registrada” de sua inquietude.
E tudo é matéria-prima para o "Espírito do Olhar" desse artista atento aos movimentos da vida que os levam ao conhecimento da natureza das coisas e ao autoconhecimento.
Wilson Coêlho
Gilbert Chaudanne
Gilbert Chaudanne nasceu em Besançon, França, e está radicado no Brasil desde os anos 70. Tem formação cientifica em matemática, biologia e geologia. Escritor, crítico de arte e pintor com vários livros publicados e colaboração em diversos jornais e revistas na França e no Brasil. Ministrou diversas palestras sobre arte e literatura e, atualmente, escreve artigos que publica em redes sociais e continua pintando e desenhando